Vinholes, R.B.¹ , ²; Vinholes, J.¹; Plácido,P.¹; Altmann, R.¹ ¹Clinionco, Porto Alegre -RS. ²ULBRA, Canoas – RS. E-mail para contato: rebecabornvinholes@gmail.com
O estudo “Qualidade de Vida em relação a saúde de mulheres com câncer de mama em estadiamentos iniciais tratadas com quimioterapia” foi apresentado como poster, no congresso SBOC.
Câncer de mama é o câncer mais comumente diagnosticado no mundo, com um número estimado de 2.26 milhões de casos registrados em 2020 e é a causa principal de mortalidade por câncer em mulheres. Diagnóstico e tratamento quimioterápico podem levar a efeitos colaterais físicos, sexuais, psicológicos e financeiros, impactando gravemente a vida das mulheres.
O método foi um estudo transversal conduzido entre 2016 e 2023 em uma clínica privada de oncologia da cidade de Porto Alegre, no qual 101 pacientes do sexo feminino foram incluídas. Foi aplicado um questionário padronizado de Qualidade de Vida (Quality of Life Questionnaire – Breast Cancer 23), traduzido e validado para a língua portuguesa, no início e ao final do tratamento. O manual dos Escores da EORTC QLQ-C30 V. 3.0 (European Organizacional for Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire versão 3.0) foi utilizado para calcular os escores (escore com variação de 0-100 pontos percentuais) dos domínios dos questionários. Para comparar as distribuições dos tempos foi aplicado o Teste de Wilcoxon. O nível de significância adotado foi 0,05 e a análise foi conduzida no SPSS V.27.
RESULTADOS
A idade média dos participantes era 55 anos. Cerca 25% das participantes tinha diagnóstico de câncer de mama estadiamento I, enquanto 41% estadiamento II e 34% estadiamento III. Todas as pacientes receberam tratamento quimioterápico neoadjuvante ou adjuvante para cancer de mama localizado. E 51,5% receberam tratamento contendo antraciclinas. A análise estatística mostrou que a Qualidade de Vida geral não mudou significativamente Pós-Quimioterapia em comparação com Ao Diagnóstico (escores: Ao Diagnóstico 78,12 e Pós-Quimioterapia 74,47, p=0,2). Todos os fatores de funcionamento (físico , papéis, cognitivo e social) pioraram ao final, exceto o fator emocional, que melhorou (p=0,0002). Em relação aos fatores de sintomas, dor e insônia não tiveram diferença estatística significativa, dificuldades financeiras melhorou e o restante piorou (fatiga, náusea, dispneia, perda de apetite, constipação e diarreia.
DISCUSSÃO
Pacientes com câncer de mama localizado tratados com quimioterapia podem manter a percepção global de Qualidade de Vida apesar da piora de sintomas relacionados ao tratamento. O declínio da maioria dos fatores pode ser esperado em razão das grandes mudanças, físicas e sociais, associadas com o diagnóstico de câncer. A melhora do escore emocional pode ser um indicador da relevância da abordagem multidisciplinar para a preservação do bem-estar durante o tratamento. A melhora do fator dificuldade financeira pode ser devido a reação inicial a nova situação em que o paciente se encontra e necessita de mais estudos.
REFERÊNCIA
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Dados e Números sobre Câncer de Mama: Relatório Anual 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dados_e_numeros_site_cancer_ mama_setembro2022.pdf . MATOS, S. E. M.; RABELO, M. R. G.; E PEIXOTO, M. C. Análise epidemiológica do câncer de mama no Brasil: 2015 a 2020 / Epidemiological analysis of breast cancer in Brazil: 2015 to 2020. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 13320–13330, 2021. DOI: 10.34119/bjhrv4n3- 282. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/31447
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