A Ultrassonografia (US) de Abdome Total, também denominada de Ecografia, é um exame radiológico feito através de um aparelho específico que gera imagens em alta resolução usando ondas sonoras de alta frequência. É utilizado para avaliação, seguimento, diagnóstico e caracterização das alterações dos órgãos do abdômen. É um método que não utiliza nenhum tipo de radiação, não apresenta efeitos colaterais e não requer anestesia para o procedimento. A criação da imagem se dá devido a produção de ondas sonoras de alta frequência que são enviadas em direção aos órgãos internos, recebidas pelo eco e interpretada pelo computador que transforma esse eco em imagem. Os órgãos refletem as ondas sonoras de volta para a pele. O transdutor com um gel, que ajuda com que as ondas sonoras passem entre a pele e o transdutor, as recebe e elas se tornam uma imagem visível na máquina. As imagens são vistas conforme aparecem na tela da máquina. Uma foto ou um vídeo de imagens em movimento pode ser criado. Por meio de uma ultrassonografia com doppler, permite visualizar o fluxo sanguíneo nos principais vasos, caracterizando as lesões detectadas.
A ecografia é provavelmente o método de imagem mais frequentemente solicitado no “check-up” para a avaliação dos órgãos parenquimatosos do abdome. É o único método de imagem realizado em tempo real. Permite a formação das imagens em múltiplos planos, além de ser necessário o contato direto com o paciente, facilitando a obtenção de dados clínicos.
O exame é feito nas mais variadas situações. Ele geralmente é solicitado em caso de dores no abdômen, as quais podem ser oriundas de pedras na vesícula biliar, inflamação do pâncreas, inflamação do fígado ou algum problema nos rins. Detecta também problemas localizados mais abaixo do abdômen, como apendicite, cálculo na bexiga e problemas na próstata.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 180 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com o vírus da hepatite C, representando 3% da população mundial. É atualmente a principal causa de transplante hepático, responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No Brasil, estima-se que existam cerca de 4,5 milhões de pessoas contaminadas com o vírus C. Na cidade de Porto Alegre, a prevalência estimada de hepatite C é de 2% da população adulta entre os doadores de sangue.
Na Clinionco, há uma atenção diferenciada aos pacientes com doenças do fígado, e a ecografia tem um papel fundamental nas patologias hepáticas. No entanto, é fundamental, além de um aparelho de tecnologia avançada, a realização do exame por profissionais treinados na avaliação do fígado cirrótico, uma vez que pode ser muito mais complexa a análise de alterações neste órgão. Todo o paciente com cirrose hepática, seja ela causada pelo vírus da hepatite C ou qualquer outra etiologia, deve realizar ecografia abdominal a cada 6 meses, por apresentarem alto risco para o câncer de fígado.
Por outro lado, com o advento dos novos aparelhos de ecografia para a avaliação do abdômen, um maior número de pacientes com nódulos no fígado têm sido diagnosticados em exames realizados por outras causas, muitas vezes apenas como exame de rotina. Certas lesões como cistos hepáticos, hemangiomas e esteatose focal, caracterizada pelo aumento do conteúdo de gordura no parênquima hepático, são frequentemente diagnosticadas com facilidade pela ecografia. O fígado é o órgão mais comumente atingido por metástases, especialmente de tumores do trato gastrointestinal e a ecografia tem um papel importante no diagnóstico destas lesões focais.
Por Dra. Fernando Branco - CRM 23.014
Ecografista da Unidade de Medicina Diagnóstica CliniOnco
Médica do Centro de Câncer do Aparelho Digestivo da CliniOnco